O Acesso Livre na SBPC: questões e incertezas?
Ao final do encontro aberto realizado na 59a. Reunião Anual da SBPC em Belém - PA, uma das pessoas presentes fez uma colocação que reflete o pensamento de muitos dirigentes da comunidade científica. Isso reflete também a ignorância desses dirigentes quanto ao sistema da comunicação científica existente.Esse receio, colocado ao final do encontro diz respeito a que, em liberando o acesso aos resultados das pesquisas brasileiras, o mundo todo terá a oportunidade de roubá-los, provocando prejuízos à ciência brasileira e ao país.Ora, esquecem esses dirigentes que hoje o pesquisador já publica esses resultados em revistas científicas comerciais e, que são acessíveis àqueles que têm poder aquisitivo para assiná-las. Esse presumível segredo já está sendo revelado ao mundo todo. Portanto, torná-los livremente acessíveis em nada vai alterar as possibilidades atuais de cópia ou patenteamento de uma pesquisa desenvolvida por cientistas brasileiras. É tolice imaginar esse tipo de prejuízo.O que é preciso fazer é educar os nossos pesquisadores a escreverem corretamente os seus artigos de forma a não revelar os segredos de patentes. Além disso, as univesidades e unidades de pesquisa deveriam desenvolver e promover mecanismos de proteção e ajuda aos pesquisadores, antes que eles revelem os seus resultados indevidamente. Portanto, é preciso saber escrever, é preciso tomar todas as precauções para a proteção dos resultados de pesquisa.Existem diversas histórias e anedotas dando conta de pesquisadores que não souberam proteger os seus conhecimentos, adquiridos em pesquisas financiadas com recursos públicos, e que tiveram a infeliz constatação de terem perdido a patente por esses conhecimentos para outros pesquisadores brasileiros ou estrangeiros. Esses fatos acontecem e aconteceram ao longos de todos esses anos no tradicional sistema de comunicação científica. Portanto, a abertura do acesso ao conhecimento científico não coloca em risco os resultados de uma pequisa. Esse é um problema é inerente ao pesquisador, é responsabilidade dele e de sua instituição a proteção desses resultados, desses conhecimentos.Portanto, esse risco não é algo inerente ao acesso livre, não é algo que possa ocorrer em se colocando esses resultados para acesso livre. Isso é muito claro. As cópias de trabalhos alheios sempre existiram, só que eram difíceis de se detectar, pois essas publicações tinham o acesso de poucos e muitas vezes esses resultados ficavam nas prateleiras de uma biblioteca. Assim, só por muito azar os piratas de trabahos alheios poderiam ser descobertos, visto que esses trabalhos não tinham visibilidade alguma.A constatação que se verifica é que os trabalhos depositados em repositórios de acesso livre têm maximizada a sua visibilidade, sendo, portanto, muito mais fácil detectar as cópias e piratarias. Na minha concepção o acesso livre, mais do que uma ameaça, é uma proteção aos pesquisadores, pois o trabalho depositado, está definitivamente registrado e se algo parecido aparecer posteriormente poderá rapidamente ser descoberto. Além disso, a maximização da visibilidade dos trabalhos depositados em repositórios de acesso livre inibirá sobremaneira a pirataria.
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quarta-feira, 27 de agosto de 2008
UFRGS deixa de usar animais para treinar estudantes de medicina
UFRGS deixa de usar animais para treinar estudantes de medicina
11/10/2007 - 21h54
SIMONE IGLESIASda Agência Folha, em Porto Alegre Anestesiar animais de rua, na maioria cães, para ensinar procedimentos médicos como suturas, incisões e punções deixou de fazer parte da rotina dos professores e alunos de medicina da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). A direção do curso montou um laboratório para as aulas práticas de técnica operatória com simuladores plásticos e sangue artificial. "Queríamos acabar com um problema que sempre existiu nas faculdades de medicina. Algumas criam os animais para usá-los nas aulas, ainda vivos. Mas, e depois, o que se faz com eles? Uma eutanásia provocada? Alguém vai passar a cuidar deles?", questiona o diretor da faculdade de medicina, Mauro Czepienewski, 53.
Czepienewski diz que os estudantes e professores se deparavam com um problema moral, de ter que abrir um cão vivo e, em seguida, descartá-lo. "Nos víamos diante da questão: acabar com a vida para preservar a vida. Por isso, passamos a nos dedicar a uma alternativa", afirma.
O projeto custou R$ 300 mil, fora a manutenção dos equipamentos e reposição de material cujo preço varia de R$ 200 (pele artificial) a R$ 8.200 (um torso equipado com artérias e veias).
O professor adjunto de urologia e um dos coordenadores do Laboratório de Técnica Operatória e Habilidades Cirúrgicas, Milton Berger, 51, afirma que os alunos se sentem muito mais seguros para aprender. "O novo método tranqüiliza. Muitos tinham pena de treinar em cães. Os simuladores são mais próximos ao corpo humano, além de acabar com uma série de implicações morais." No laboratório, os alunos utilizam braços e pedaços de pele falsos para aprender a suturar e fazer incisões, além de um torso, onde fazem punções e colhem sangue (artificial).
Também são realizadas práticas mais complexas, como suturas dos intestinos grosso e delgado em um material que simula os órgãos a ponto de a mucosa e a textura serem semelhantes às do corpo.
11/10/2007 - 21h54
SIMONE IGLESIASda Agência Folha, em Porto Alegre Anestesiar animais de rua, na maioria cães, para ensinar procedimentos médicos como suturas, incisões e punções deixou de fazer parte da rotina dos professores e alunos de medicina da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). A direção do curso montou um laboratório para as aulas práticas de técnica operatória com simuladores plásticos e sangue artificial. "Queríamos acabar com um problema que sempre existiu nas faculdades de medicina. Algumas criam os animais para usá-los nas aulas, ainda vivos. Mas, e depois, o que se faz com eles? Uma eutanásia provocada? Alguém vai passar a cuidar deles?", questiona o diretor da faculdade de medicina, Mauro Czepienewski, 53.
Czepienewski diz que os estudantes e professores se deparavam com um problema moral, de ter que abrir um cão vivo e, em seguida, descartá-lo. "Nos víamos diante da questão: acabar com a vida para preservar a vida. Por isso, passamos a nos dedicar a uma alternativa", afirma.
O projeto custou R$ 300 mil, fora a manutenção dos equipamentos e reposição de material cujo preço varia de R$ 200 (pele artificial) a R$ 8.200 (um torso equipado com artérias e veias).
O professor adjunto de urologia e um dos coordenadores do Laboratório de Técnica Operatória e Habilidades Cirúrgicas, Milton Berger, 51, afirma que os alunos se sentem muito mais seguros para aprender. "O novo método tranqüiliza. Muitos tinham pena de treinar em cães. Os simuladores são mais próximos ao corpo humano, além de acabar com uma série de implicações morais." No laboratório, os alunos utilizam braços e pedaços de pele falsos para aprender a suturar e fazer incisões, além de um torso, onde fazem punções e colhem sangue (artificial).
Também são realizadas práticas mais complexas, como suturas dos intestinos grosso e delgado em um material que simula os órgãos a ponto de a mucosa e a textura serem semelhantes às do corpo.
terça-feira, 26 de agosto de 2008
Direitos Autorais
As propostas do MinC para o debate sobre direitos autorais
Durante reunião do Conselho Nacional de Política Cultural, foram apresentadas as propostas do Ministério da Cultura em relação à questão dos direitos autorais. Entre elas, “a reestruturação do marco legal brasileiro na área dos Direitos Autorais e o fortalecimento do papel do Estado no setor, que deverá passar a atuar na fiscalização e na arbitragem dos conflitos de interesse na seara autoral”, segundo o site do MinC. Para o coordenador-geral de Direitos Autorais do Ministério, Marcos Alves de Souza, “o modelo da Legislação brasileira sobre direitos autorais está inadequado. Há ausências de competências claras do papel do Estado e os dispositivos da lei estão cheios de imprecisões técnicas”.
Durante reunião do Conselho Nacional de Política Cultural, foram apresentadas as propostas do Ministério da Cultura em relação à questão dos direitos autorais. Entre elas, “a reestruturação do marco legal brasileiro na área dos Direitos Autorais e o fortalecimento do papel do Estado no setor, que deverá passar a atuar na fiscalização e na arbitragem dos conflitos de interesse na seara autoral”, segundo o site do MinC. Para o coordenador-geral de Direitos Autorais do Ministério, Marcos Alves de Souza, “o modelo da Legislação brasileira sobre direitos autorais está inadequado. Há ausências de competências claras do papel do Estado e os dispositivos da lei estão cheios de imprecisões técnicas”.
Visita à Usina Hidrelétrica Salto Pilão
No dia quinze de agosto, membros do Colegiado da Reitoria da FURB fizeram uma visita técnica à Usina Hidrelétrica Salto Pilão. Recebidos pelo Sr. Rubens Habitzreuter, visitaram a barreira de contenção de água, andaram certa de 5 km nos túneis por onde a água escoará e visitaram a casa de máquinas onde ficam as turbinas geradoras de energia.As obras da Usina Hidrelétrica de Salto Pilão, no rio Itajaí-Açu, entre os municípios de Apiúna, Lontras e Ibirama, no Alto Vale do Itajaí, foram iniciadas no dia 1º de agosto de 2006. O empreendimento absorverá um investimento total de cerca de R$ 500 milhões e terá uma potência instalada de 182,3 MW, suficiente para abastecer uma região do porte da Grande Florianópolis. Durante os 42 meses de construção, serão empregados cerca de 1,2 mil pessoas direta e indiretamente. Os novos postos de trabalho estão sendo ocupados, na sua maioria, por trabalhadores da própria região valorizando a mão-de-obra local.
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Aprendizado eletrônico
Aprendizado eletrônico
12/8/2008
Por Thiago Romero
Agência FAPESP – O Programa Tecnologia da Informação no Desenvolvimento da Internet Avançada (Tidia) da FAPESP acaba de lançar uma plataforma inovadora para aprendizado e colaboração científica destinada às instituições de ensino e pesquisa de todo o país, do ensino básico ao superior.
Batizada como Ae, a plataforma eletrônica pode ser utilizada gratuitamente por professores, pesquisadores, estudantes e demais interessados no auxílio ao gerenciamento de cursos on-line, no suporte ao ensino presencial e à pesquisa colaborativa.
A versão inicial do sistema, criada no âmbito do projeto Tidia Aprendizado Eletrônico (Ae), disponibiliza ferramentas de gerenciamento de cursos e projetos colaborativos, de repositório de informações e de interatividade entre os usuários.
"O objetivo de ensino e pesquisa da plataforma está na exploração, em um ambiente de aprendizagem eletrônica com fartura de banda, das características da internet avançada que facilitam grandemente a interação e a colaboração entre pesquisadores, docentes e estudantes", disse Wilson Vicente Ruggiero, coordenador geral do Tidia Ae, à Agência FAPESP.
No âmbito das atividades de pesquisa colaborativa, Ruggiero, que é professor do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP), exemplifica uma aplicação da plataforma Ae.
"As ferramentas de aprendizado eletrônico da plataforma podem ser adaptadas para interações mais genéricas entre os usuários. Imaginemos cientistas de localidades distintas trabalhando à distância em qualquer área do conhecimento. Pelo Ae pode-se definir uma sessão de trabalho para o início de uma reunião, por exemplo, em que é possível entrar em uma sala virtual e escolher uma das cadeiras disponíveis na mesa do ambiente virtual", explicou.
Segundo ele outro pesquisador, em outra parte do mundo, pode entrar na mesma sala de reunião e também se posicionar em um dos lugares da mesa para começar a dialogar com os companheiros, com o auxílio de recursos de voz, vídeo e compartilhamento de documentos.
"O ambiente oferece sensações próximas à realidade. Um colega que esteja sentado à minha esquerda escutará o som da minha voz vindo da direita dele, o que aumentará a sensação de presença, o potencial de interação e, conseqüentemente, a colaboração", disse o professor da Poli.
Apesar da distância, nesse caso é possível elaborar, por meio de vídeos de alta resolução, um documento escrito por todos os participantes da reunião. "Os participantes podem escrever um documento em conjunto e fazer, em outra interface, rascunhos ou desenhos para explicar o que cada um está querendo dizer, como se todos estivessem sentados em uma mesa de reunião presencial", descreveu.
"Esse compartilhamento de dados e idéias em ambientes virtuais é conhecido como realidade aumentada. É a tecnologia aplicada para minimizar a barreira da distância", explicou Ruggiero.
Educação compartilhada
Do ponto de vista do ensino, no ambiente Ae o usuário pode manter um perfil pessoal, uma agenda compartilhada, delimitar e acompanhar o plano de estudos de uma disciplina ou o plano de atividades de um projeto, além de disponibilizar e compartilhar conteúdo didático e técnico.
Os professores e monitores de um determinado curso podem ainda disponibilizar exercícios no ambiente virtual, recebê-los e corrigi-los, sendo que as notas de cada aluno podem ser disponibilizadas para consulta em uma espécie de boletim virtual. "Além de elaborar uma aula a distância, o professor consegue registrar uma aula presencial salvando no ambiente suas apresentações didáticas e arquivos de áudio e vídeo", disse Ruggiero.
Segundo ele, o Ae pode ser integrado com as plataformas administrativas das instituições brasileiras para garantir maior sincronismo com os sistemas acadêmicos de ensino e aprendizagem.
"O educador consegue puxar os dados de uma determinada turma e criar um ambiente de trabalho com todos os alunos matriculados na instituição, que automaticamente passam a ter acesso à nova disciplina no ambiente virtual", afirmou.
Ruggiero destaca que à medida que iniciativas tecnológicas como o ambiente Ae começam a diminuir as distâncias entre produtores e disseminadores do conhecimento, aumenta o potencial de colaborações eficientes entre os pares e o efeito de escala no processo de aprendizagem passa a ser cada vez maior.
"Em um país continental como o Brasil, essas plataformas deverão contribuir para a maior distribuição do conhecimento no país, de modo a ter também enorme repercussão social. Na atual sociedade da informação em que o conhecimento é algo que deve ser perseguido continuamente pela população, o número de aprendizes é muito maior e transcende o número de alunos na escola. E só a tecnológica conseguirá suprir as necessidades de aprendizado em larguíssima escala", disse.
Do Brasil para o mundo
Outra novidade é que a plataforma Ae representa o Brasil na comunidade internacional de pesquisadores em aprendizagem eletrônica por ser membro do Global Learning Consortium, uma iniciativa do Sakai (www.proyectosakai.org), projeto que reúne cientistas de todo o mundo na área de ensino colaborativo.
"As ferramentas da plataforma Ae, desenvolvidas com código livre, estão em total sintonia com os padrões de interoperabilidade definidos internacionalmente para a área de aprendizado eletrônico, também podendo ser utilizadas em sistemas de outras partes do mundo", disse Ruggiero.
Por outro lado, funcionalidades desenvolvidas por pesquisadores estrangeiros e que também seguem esses padrões podem ser adicionadas ao Ae, de modo a alavancar o esforço de desenvolvimento brasileiro em cima do esforço mundial, e vice-versa.
"Os códigos-fonte do Ae não foram criados para funcionar apenas em ambientes colaborativos específicos. Os padrões internacionais permitem a elaboração de uma conectividade combinada entre desenvolvedores de diferentes países", disse o coordenador do Projeto Tidia Ae, que reúne mais de 20 laboratórios paulistas e 150 pesquisadores de universidades do Estado de São Paulo.
A primeira versão do ambiente Ae foi apresentada durante a 60ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada em julho, em Campinas. "Qualquer instituição do país que desejar implantar a plataforma pode baixar o código fonte do Ae, instalá-los em seus servidores e usar o ambiente para fins de ensino e pesquisa", afirmou Ruggiero.
Para utilizar o sistema é preciso fazer o download em http://tidia-ae.usp.br/download e acessar os tutorias no site http://tidia-ae.usp.br.
É possível conhecer suas funcionalidades assistindo a um vídeo em: http://tidia-ae.usp.br/video.
Mais informações sobre o Projeto Tidia Ae: www.tidia-ae.incubadora.fapesp.br
12/8/2008
Por Thiago Romero
Agência FAPESP – O Programa Tecnologia da Informação no Desenvolvimento da Internet Avançada (Tidia) da FAPESP acaba de lançar uma plataforma inovadora para aprendizado e colaboração científica destinada às instituições de ensino e pesquisa de todo o país, do ensino básico ao superior.
Batizada como Ae, a plataforma eletrônica pode ser utilizada gratuitamente por professores, pesquisadores, estudantes e demais interessados no auxílio ao gerenciamento de cursos on-line, no suporte ao ensino presencial e à pesquisa colaborativa.
A versão inicial do sistema, criada no âmbito do projeto Tidia Aprendizado Eletrônico (Ae), disponibiliza ferramentas de gerenciamento de cursos e projetos colaborativos, de repositório de informações e de interatividade entre os usuários.
"O objetivo de ensino e pesquisa da plataforma está na exploração, em um ambiente de aprendizagem eletrônica com fartura de banda, das características da internet avançada que facilitam grandemente a interação e a colaboração entre pesquisadores, docentes e estudantes", disse Wilson Vicente Ruggiero, coordenador geral do Tidia Ae, à Agência FAPESP.
No âmbito das atividades de pesquisa colaborativa, Ruggiero, que é professor do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP), exemplifica uma aplicação da plataforma Ae.
"As ferramentas de aprendizado eletrônico da plataforma podem ser adaptadas para interações mais genéricas entre os usuários. Imaginemos cientistas de localidades distintas trabalhando à distância em qualquer área do conhecimento. Pelo Ae pode-se definir uma sessão de trabalho para o início de uma reunião, por exemplo, em que é possível entrar em uma sala virtual e escolher uma das cadeiras disponíveis na mesa do ambiente virtual", explicou.
Segundo ele outro pesquisador, em outra parte do mundo, pode entrar na mesma sala de reunião e também se posicionar em um dos lugares da mesa para começar a dialogar com os companheiros, com o auxílio de recursos de voz, vídeo e compartilhamento de documentos.
"O ambiente oferece sensações próximas à realidade. Um colega que esteja sentado à minha esquerda escutará o som da minha voz vindo da direita dele, o que aumentará a sensação de presença, o potencial de interação e, conseqüentemente, a colaboração", disse o professor da Poli.
Apesar da distância, nesse caso é possível elaborar, por meio de vídeos de alta resolução, um documento escrito por todos os participantes da reunião. "Os participantes podem escrever um documento em conjunto e fazer, em outra interface, rascunhos ou desenhos para explicar o que cada um está querendo dizer, como se todos estivessem sentados em uma mesa de reunião presencial", descreveu.
"Esse compartilhamento de dados e idéias em ambientes virtuais é conhecido como realidade aumentada. É a tecnologia aplicada para minimizar a barreira da distância", explicou Ruggiero.
Educação compartilhada
Do ponto de vista do ensino, no ambiente Ae o usuário pode manter um perfil pessoal, uma agenda compartilhada, delimitar e acompanhar o plano de estudos de uma disciplina ou o plano de atividades de um projeto, além de disponibilizar e compartilhar conteúdo didático e técnico.
Os professores e monitores de um determinado curso podem ainda disponibilizar exercícios no ambiente virtual, recebê-los e corrigi-los, sendo que as notas de cada aluno podem ser disponibilizadas para consulta em uma espécie de boletim virtual. "Além de elaborar uma aula a distância, o professor consegue registrar uma aula presencial salvando no ambiente suas apresentações didáticas e arquivos de áudio e vídeo", disse Ruggiero.
Segundo ele, o Ae pode ser integrado com as plataformas administrativas das instituições brasileiras para garantir maior sincronismo com os sistemas acadêmicos de ensino e aprendizagem.
"O educador consegue puxar os dados de uma determinada turma e criar um ambiente de trabalho com todos os alunos matriculados na instituição, que automaticamente passam a ter acesso à nova disciplina no ambiente virtual", afirmou.
Ruggiero destaca que à medida que iniciativas tecnológicas como o ambiente Ae começam a diminuir as distâncias entre produtores e disseminadores do conhecimento, aumenta o potencial de colaborações eficientes entre os pares e o efeito de escala no processo de aprendizagem passa a ser cada vez maior.
"Em um país continental como o Brasil, essas plataformas deverão contribuir para a maior distribuição do conhecimento no país, de modo a ter também enorme repercussão social. Na atual sociedade da informação em que o conhecimento é algo que deve ser perseguido continuamente pela população, o número de aprendizes é muito maior e transcende o número de alunos na escola. E só a tecnológica conseguirá suprir as necessidades de aprendizado em larguíssima escala", disse.
Do Brasil para o mundo
Outra novidade é que a plataforma Ae representa o Brasil na comunidade internacional de pesquisadores em aprendizagem eletrônica por ser membro do Global Learning Consortium, uma iniciativa do Sakai (www.proyectosakai.org), projeto que reúne cientistas de todo o mundo na área de ensino colaborativo.
"As ferramentas da plataforma Ae, desenvolvidas com código livre, estão em total sintonia com os padrões de interoperabilidade definidos internacionalmente para a área de aprendizado eletrônico, também podendo ser utilizadas em sistemas de outras partes do mundo", disse Ruggiero.
Por outro lado, funcionalidades desenvolvidas por pesquisadores estrangeiros e que também seguem esses padrões podem ser adicionadas ao Ae, de modo a alavancar o esforço de desenvolvimento brasileiro em cima do esforço mundial, e vice-versa.
"Os códigos-fonte do Ae não foram criados para funcionar apenas em ambientes colaborativos específicos. Os padrões internacionais permitem a elaboração de uma conectividade combinada entre desenvolvedores de diferentes países", disse o coordenador do Projeto Tidia Ae, que reúne mais de 20 laboratórios paulistas e 150 pesquisadores de universidades do Estado de São Paulo.
A primeira versão do ambiente Ae foi apresentada durante a 60ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada em julho, em Campinas. "Qualquer instituição do país que desejar implantar a plataforma pode baixar o código fonte do Ae, instalá-los em seus servidores e usar o ambiente para fins de ensino e pesquisa", afirmou Ruggiero.
Para utilizar o sistema é preciso fazer o download em http://tidia-ae.usp.br/download e acessar os tutorias no site http://tidia-ae.usp.br.
É possível conhecer suas funcionalidades assistindo a um vídeo em: http://tidia-ae.usp.br/video.
Mais informações sobre o Projeto Tidia Ae: www.tidia-ae.incubadora.fapesp.br
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
UnB lança biblioteca para deficientes visuais http://bds.bce.unb.br/
Pessoas cegas e com baixa visão terão acervo adaptado em formato digitale em áudio. Conteúdo também estará disponível na internet. Nesta quinta-feira, 21 de agosto, a Universidade de Brasília (UnB)inaugura a Biblioteca Digital e Sonora (BDS), que disponibilizaráconteúdo para pessoas com deficiências visuais. Parceria entre aBiblioteca Central (BCE) e o Programa de Apoio ao Portador deNecessidades Especiais (PPNE) da universidade, a BDS funcionará na BCE,com serviço de empréstimos e consultas, além de cabines para gravação eadaptação de materiais. O acervo também será disponibilizado nainternet, e será possível fazer o download de publicações. A solenidadede inauguração será às 10h, na sala de coleções especiais e multimeios(subsolo da BCE, campus do Plano Piloto), e contará com a presença doreitor pro tempore Roberto Aguiar e da coordenadora do PPNE, professoraPatrícia Raposo.A UnB é uma das primeiras instituições brasileiras a ter uma bibliotecadigital e sonora com o acervo disponível na internet. O acesso aoconteúdo é aberto a deficientes visuais de qualquer cidade e país, desdeque seja cadastrado no PPNE (veja quadro abaixo). O acesso será por meiode um login e senha pessoal. São cerca de 600 títulos, abrangendo obrasliterárias e livros técnicos de várias áreas do conhecimento.ATENDIMENTO - "Inicialmente a biblioteca vai atender mais a comunidadeacadêmica, mas a intenção é expandir para pessoas que estão em outrosníveis de ensino, porque antes dela chegar na universidade passa poroutras fases de aprendizado", explica o vice-coordenador do PPNE, JoséRoberto Vieira. De acordo com ele, a meta é acrescentar ao acervo miltítulos adaptados por ano, inclusive os escritos em outros idiomas.Para acessar o conteúdo de casa, basta o usuário ter em seu computadorcaixas de som e um leitor de tela. Os softwares ledores estão à venda nomercado, mas existem programas que podem ser baixados gratuitamente pelainternet. "Na BDS, adquirimos a licença de um programa que consideramosser o melhor, mas futuramente pretendemos trabalhar também com oDos-vox, que é um software livre", explica o coordenador do Serviço deGerenciamento da Informação Digital (GID) da BCE, Jefferson HiginoDantas.ESPAÇO FÍSICO – Para abrigar o espaço físico da BDS, a UnB investiu naadaptação de sete salas do subsolo da BCE. São cabines acústicas comcomputadores e aparelhagem de som para gravação e edição de material.Quatro delas são destinadas ao trabalho de servidores, estagiários evoluntários para adaptação de livros em formato digital e para agravação de obras. Outras duas serão utilizadas pelos usuários paraestudos e consultas. Também há uma sala para atendimento e empréstimo dematerial.Além disso, a UnB implantou piso tátil na BCE para orientar o usuário achegar ao balcão de informações, banheiros e instalações da BDS. Nospróximos dias, também serão implantadas placas com informações embraille e mapas táteis nas principais entradas da biblioteca.SERVIÇOA Biblioteca Digital e Sonora (BDS) da UnB será inaugurada nestaquinta-feira, 21 de agosto, às 10h, no subsolo da Biblioteca Central daUnB (campus do Plano Piloto, ao lado do prédio da Reitoria), com apresença do reitor pro tempore Roberto Aguiar, da coordenadora doPrograma de Apoio ao Portador de Necessidades Especiais (PPNE) da UnB edemais executores do projeto. O funcionamento do espaço será de segundaà sexta-feira, das 8h às 22h e aos sábados e domingos, das 8h às 18h.CONTATO- Coordenadora do PPNE, professora Patrícia Raposo, ou vice-coordenadordo Programa, José Roberto Vieira, pelos telefones 3307 2971 e 3307 2972.- Coordenador do Serviço de Gerenciamento da Informação Digital (GID) daBCE, Jefferson Higino Dantas, pelo telefone 9272 5080.Powered by Open-Xchange.com
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Ficha Catalográfica
A Biblioteca, através da Seção de Processamento Técnico, oferece o serviço de elaboração de Fichas Catalográficas ou Catalogação na Fonte tanto à comunidade acadêmica quanto a usuários externos (editoras e outras instituições). A partir de primeiro de setembro, este serviço passa a ter um custo de 2,5 créditos financeiros para usuários externos.
Para a comunidade acadêmica, este serviço continua sendo oferecido gratuitamente.
O prazo para entrega do serviço será de 48 horas.
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